Assim como 99% das perguntas respondidas por esse site, a resposta será “depende", mas diferente de ontem, não é difícil entender quem tende pro não e quem tende pro sim, a percepção de quem é humilhado e quem humilha são 2 mundos completamente diferentes de um universo só. Ser aceito por um grupo não é só querer ter amigos, mas uma busca pelo respeito de pessoas de fora do grupo, mesmo desrespeitado dentro dele, qual o preço pelo respeito de pessoas que nem fazem parte do meu universo?
A partir disso a resposta da maioria será NÃO, mas é isso que acontece mesmo? A maioria das respostas negativas vem de pessoas que já sofreram ou sofrem para se encaixar, pessoas que veem as brincadeiras como um carinho, ou que já estão tão presas a uma realidade onde precisam desse tipo de atenção para se encaixar e fica limitado a um tipo de relação onde existe um humilhado e uma pessoa que humilha, isso segue-se subsequente, uma vez que a pessoa quer sentir a mesma sensação que o mesmo proporciona, de prazer por fazer o mal, além de vicioso, esse ciclo é perigoso, estando nele é difícil de sair, o estereótipo de humilhado prega a pessoa sem previsão de saída e isso vai atrapalhá-la em todas as relações da vida, romântica, profissional, danos que serão reparados em algumas situações específicas, mas o estigma de chacota sempre ficará e até a mudança de ciclo é necessária para a mudança de tal visão.
A resposta sim nunca vem de alguém que realmente sofre de uma humilhação, pode ter sofrido, mas isso já passou, hoje vive uma situação de extremo conforto e sente que para outros chegarem na mesma aceitação que ela, devem passar pelas mesmas etapas, a resposta SIM é um aberto apoio a um sistema de principado, ontem manda quem pode e obedece quem tem juízo, uma sociedade com reis e bobos da corte, a ideia de ter um alívio cômico no grupo é estruturado como essencial para manter o equilíbrio dessas “castas”.
E as pessoas que não percebem que são humilhadas? Aquelas que sempre estão por baixo, as brincadeiras de mau gosto sempre são com elas, mas essas nunca percebem, para essas esse sistema de vivência é tão implantado em sua mente que nem te assusta mais, para essas pessoas um dos grandes problemas a vista pode ser a dependência emocional forte, elas não recebem atenção se não for por elas implorando, assim, no momento em que perceberem uma mínima atenção de que foi apenas pedida por eles e não implorado é perigoso o apego e o brilho nos olhos que lhes vão ocorrer prejudiquem sua vida, caso se encontrem com uma pessoa problemática, esse apego muitas vezes vai passar dos limites e se tornará o calcanhar de Aquiles dessa pessoa. Talvez o friend issues seja tão prejudicial para um relacionamento quanto o daddy issues, o apego por uma mínima demonstração de carinho pode acabar com alguém.
E até que ponto é “bom” manter esse sistema onde os de cima humilham e os de baixo, para os que humilham, todos, se manter no topo depende apenas de ter o prazer de diminuir outras pessoas e divertir outras pessoas com isso, vida perfeita para uma pessoa no auge de seus 18 anos apenas se preocupando, um problema apenas é muito grave, o mesmo pau que bate em chico, bate em Francisco, caso em um dia essa pirâmide se inverta, provavelmente essa pessoa não vai aguentar a pressão de precisar se humilhar para se manter no grupo, e terá que sair. Para os de baixo uma segurança, de que não serão substituídos com facilidade, já que a comodidade de humilhar a mesma pessoa, ter as mesmas brincadeiras sem ser ameaçado, é muito simples perceber que esse sistema de humilhação tem benefícios e prejuízos, mas vale a pena mudar? A resposta de todo idealizador será que sim, mas é feito algo para que se mude isso? nunca.
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